terça-feira, 28 de junho de 2011

Revista PetWorld

Preste atenção no que você está dando para o seu peixe...

Repórter: Andrey Nicioli

Muitas são as teorias populares a respeito da alimentação de peixes. Se você está seguindo uma delas, cuidado, pois pode estar matando seu peixinho. Confira as principais dicas e passe a ser um aquarista consciente e informado.
Quem nunca passou perto de um aquário e parou admirado com sua beleza, brilho e mistério? Como se não bastasse admirá-lo, nesse instante de profunda reflexão, você falou consigo mesmo: eu ainda vou ter um desses. Ter um aquário pode trazer a mesma sensação do que ter um cachorro, um gato ou outro animal de estimação. Porém, com uma vantagem: você não precisa levá-lo para passear todos os dias. Contudo, esse ponto não exime o proprietário de tomar alguns cuidados com o peixe, principalmente com sua alimentação.
Para alguns, a quantidade de ração vai variar conforme o tamanho do peixe, enquanto que, para outros, basta jogar um volume grande e rações e deixar lá, na expectativa de que o peixe vá se alimentando conforme sua necessidade. Se você pensa assim, reveja seus conceitos.
Para facilitar ainda mais a vida da pessoa que está entrando no aquarismo agora, o autor do livro Aquarismo de Verdade, Ricardo Assunção, usa um método bastante fácil. “A pessoa pode oferecer ração quantas vezes quiser ao peixe, desde que após 5 minutos não tenha nenhuma ração boiando ou no fundo do aquário, isto é, a quantidade a ser oferecida deverá ser em pequenas porções, desde que o peixe se alimente entre 3 e 5 minutos“, explica.
A nutrição, é um dos pontos principais do aquarismo. Por isso, todo cuidado é pouco. Nesse aspecto, a ração tem um papel fundamental. Segundo Assunção, rações existem dos mais variados tipos, para os mais diferentes peixes e de preços distintos. Para isso, ele alerta que não é bom ir sempre nas que têm valores muito baixo. “Existem rações que têm um preço muito baixo, porém, não têm nada de nutritivo ao peixe e geram excesso de excrementos no tanque”, ressalta.
Esse excesso de excremento, vale lembrar, torna-se um caos para o dono, já que o aquário vai ficar constantemente sujo, ou seja, cheio de amônia, gerando peixes fracos, estressados e vulneráveis a doenças. Por isso a importância de ter sempre rações de boa qualidade.
Mas como saber qual ração utilizar para meu peixe? É necessário que você, primeiro, se informe sobre o tipo de animal que você está comprando, se ele é um peixe herbívoro, carnívoro ou onívoro (que come de tudo), além de observar os hábitos alimentares do mesmo. Como exemplo, Ricardo Assunção afirma que nem todo peixe agressivo é um peixe carnívoro. “O peixe conhecido como socoloffi é extremamente agressivo, porém herbívoro. Se o aquarista o alimentar com ração à base de proteína animal ou com alimentação viva, esse peixe provavelmente terá uma doença digestiva e morrerá rapidamente”, explica.
Isso não significa que haja um tipo de ração para cada espécie, mas para cada hábito alimentar, isto é, ração a base de vegetais para peixes vegetarianos, básica para os onívoros e com alta concentração de proteína animal para os peixes carnívoros.
Diante dessa diferenciação de rações e de hábitos alimentares, seria possível eu ter um peixe de cada espécie no meu aquário? Até seria possível, mas não aconselhável. De acordo com Assunção, o melhor é montar um aquário com peixes que tenham a mesma índole, mesmo hábito alimentar e vivam em um mesmo pH. Se isso, em última hipótese, for impossível de ser feito, aconselha-se oferecer ração do tipo básica, que oferecerá nutrientes para peixes carnívoros, herbívoros e onívoros. Porém, vale ressaltar. “Poder pode, mas se puder evitar é bem melhor”, finaliza.
Fui Viajar e Agora?
Essa pode ser a dúvida de muitas pessoas quando se trata da alimentação do seu peixe: na hora de viajar, devo jogar comida em excesso no aquário? Em hipótese alguma. O excesso de comida não é aproveitado pelos peixes e se transforma em amônia, ou seja, sujeira, o que pode ocasionar a morte dos peixes. A esse respeito, Ricardo Assunção é bem claro. “Jamais faça isso (colocar em excesso a comida). A ração que não for consumida vai ser transformada em amônia, provocando intoxicação nos peixes”, adverte.
Para resolver essa dificuldade, o proprietário tem duas opções: a primeira seria a compra de uma ração em bastão, conhecida como ração de férias, que dura entre uma semana e 15 dias. A outra alternativa seria a utilização de um alimentador automático, que também é facilmente encontrado nas lojas de aquarismo. Esse alimentador é programável e funciona a base de pilhas e outros até elétricos. Nele, existe um compartimento onde a comida é colocada e o aquarista programa os horários e dias em que os peixes serão alimentados.

Decidido, só falta escolher qual peixe comprar…

A esse respeito, o “futuro” aquarista não vai ter problemas. Segundo Assunção, o peixe a ser escolhido vai do gosto de cada um, desde que respeite as condições biológicas do animal. Mas como toda regra tem exceção, desaconselha-se um aquarista ainda sem experiência comprar o peixe Acará Disco, por exemplo, pois além de ser mais caro, é mais sensível, devendo ter toda uma atenção e um cuidado maior, como espaço, aquários com mais de 250 litros, um sistema de filtragem eficiente e uma troca parcial de água com mais freqüência.

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