Por Ricardo Assunção
Você consegue vender geladeira para esquimó? Se a resposta for positiva e você se considera um ótimo vendedor por isso, cuidado! Nem sempre um bom vendedor é aquele que consegue vender um produto sem a necessidade de tal para o cliente. Quem vende o Pão-de-Açúcar, ou até mesmo terreno no céu, não é digno de ser chamado de um bom vendedor e sim de oportunista e inconseqüente, pois atitudes desse tipo tendem a levar sua empresa ao descrédito. Isso serve para qualquer ramo e o aquarismo não foge a isso.
Já pude presenciar alguns vendedores se vangloriando porque conseguiram “empurrar” um produto caro e sem a necessidade ao cliente. Esse tipo de atitude poderá gerar, em pouquíssimo tempo, o descrédito da empresa. O descrédito traz duas situações com ele: a perda da fidelidade de sua clientela e sua total desconfiança. Que cliente vai insistir numa loja da qual desconfia e na qual não acredita? Como acreditar no que um vendedor diz e sugere se ele há tempos vende produtos que não resolvem o problema do cliente e o “coitado” tem que continuar a comprar e comprar mais e mais produtos na esperança da solução? Isso, inevitavelmente, fará com que o cliente procure por outras opções e em outras lojas. E é exatamente aí que a máscara poderá cair, pois o mercado – felizmente – não é formado somente por pseudovendedores. E, se o cliente encontrar a solução do problema em outro local, é óbvio que o mesmo jamais voltará à loja onde ele era enganado descaradamente por não dominar o assunto.
Vender o necessário e passar a informação do porque há a necessidade de cada produto é um fator importantíssimo para a fidelização de uma clientela farta. Picaretagem não se enquadra mais em um mercado tão competitivo em que as perdas podem ser infinitas. Vender bem é vender a verdade.
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